PATAGÔNIA - PUERTO WILLIAMS

CANAL DE MAGALHÃES - CHILE

CABO DE HORNOS


Cabo de Hornos Reserva Mundial da Biosfera


 “Os ambientes subantárticos da Patagônia representam sentinelas fundamentais para compreendermos os impactos das mudanças climáticas e da poluição, sobre a saúde do clima, da biodiversidade marinha e terrestre .... PH 

Puerto Williams - cidade mais meridional do mundo, na costa setentrional da ilha Navarino, na Terra do FogoChile. Na mesma ilha situa-se uma pequena aldeia de pescadores com menos de 50 habitantes, Puerto Toro, mais a sul que Puerto Williams (sendo Puerto Toro o local permanentemente habitado, mais meridional do mundo).



Fotografar no estreito de Magalhaes, passando pela rota de Darwin, Canal de Beagle, é ser surpreendido a cada instante por paisagens monumentais, com luzes e contrastes impactantes, especialmente ao olhar de nós tropicalistas.

Esse local, desafiador para os navegantes, e amado por ambientalistas, entre outros admiradores da natureza, a região Sub Antártica Chilena, exuberante na sua flora e fauna, é considerada uma das mais prístinas do mundo

A região é única no mundo por diversos motivos. Com exceção da Antártica, é a massa de terra mais austral do mundo, ficando cerca de 1000 km mais ao sul do ponto mais extremo da Nova Zelândia, há cerca de + 180º de longitude; os organismos ali sobrevivem a invernos severos, onde a radiação solar disponível para a fotossíntese se faz presente em não mais que 5 horas por dia. As temperaturas de terra e do mar são extremamente baixas e os ventos podem ultrapassar os 200 km/h.

A região geográfica, Cabo de Hornos, se distingue grandemente das massas de terra e oceano equivalentes nas altas latitudes do hemisfério norte. A proximidade de massas oceânicas, com um acentuado estreitamento da massa continental no extremo sul, denominado Cabo de Hornos, situa-se entre os oceanos Atlântico, Pacífico e Austral, sendo entremeado por canais e fiordes. Dessa forma, possui uma interação singular entre fatores ambientais, marinhos e terrestres.

Sua singularidade está no fato da coexistência de uma baixíssima densidade populacional humana, conectada com um ambiente inóspito, mas com elevada riqueza biológica (fauna e flora) e mineral. Conhecer o fim do mundo, a terra do fogo, é fundamental para entender as mudanças climáticas e tentar, pelo menos, delinear medidas, ações que possam mitigar os extremos climáticos.

A fotografia é um grande aliado da ciência e pode mostrar, também, a arte "tempestuosa" da natureza que luta para manter o planeta no estreito equilíbrio de temperatura média entre +- 1ºC para +- 2ºC. Crescimento que nos últimos 50 anos tem crescido exponencialmente. A paisagem (biodiversidade), não é mais capaz de retornar o equilíbrio térmico e a exuberância de antes. Pela geociência, a tangente que leva à fronteira do não retorno foi ultrapassada!!!

O ambiente terrestre apresenta um isolamento geográfico, tendo ao lado norte tanto a região andina e seus glaciares permanentes como a região extremamente seca da patagônia argentina e, nas demais direções, o oceano. Aqui está situada a floresta mais austral do mundo, que apresenta grande diversidade de líquens e briófitas. As turfeiras cobrem grandes áreas na região, ressaltando a importância desse ambiente prístino como um estoque e sumidouro de carbono, com relevância global.

Por outro lado, a Região Subantártica pode ser considerada um laboratório natural, pois é uma região ainda muito preservada, que serve como sentinela para as alterações na biodiversidade, que permite não apenas observar causas e consequências das alterações globais, mas também a realização de experimentos relacionados à preservação e restauração de ambientes naturais.

Devido a este conjunto de fatores uma grande parte da região foi declarada pela Unesco, em junho de 2005, como a Reserva da Biosfera de Cabo de Hornos, não apenas a mais austral, mas também a de maior tamanho do Cone Sul.